O que você precisa saber?
Os primeiros casos de COVID 19 foram descritos em Wuhan, na China, em dezembro de 2019.
Transmissão: O novo coronavírus, SARS-C0V-2, é transmitido de pessoa para pessoa, principalmente por gotículas (secreções respiratórias/saliva) e menos frequentemente pelo contato. Daí vem a importância do isolamento domiciliar de indivíduos sintomáticos (14 dias) e da manutenção das medidas de mitigação, como uso de máscaras e distanciamento em lugares públicos fechados. Outras formas de contaminação, como oral-fecal, podem ocorrer, mas não há dados suficientes que confirmem outros meios de transmissão por enquanto. Ainda não existe evidência de contaminação de mãe para filho pela placenta durante a gestação e nem pelo leite materno. Assim, o aleitamento materno continua sendo indicado com os devidos cuidados (higiene adequada, incluindo uma boa lavagem das mãos e uso de máscara caso a mãe apresente algum sintoma, por mais leve que seja). Pessoas com sintomas leves, que podem passar desapercebidos, e até assintomáticas podem transmitir COVID-19, em menor escala.
O vírus pode sobreviver em superfícies inanimadas como plástico, vidro, metal, entre outros. Por isso é importante a higiene adequada de roupas, utensílios e superfícies. Álcool, hipoclorito de sódio e peróxido de hidrogênio, são substâncias que podem em concentração adequadas comprovadamente inativar o SARS-CoV-2.
Prevenção: Use máscara em locais públicos, procure manter distância de no mínimo 1 metro e meio de outras pessoas. Higienize as mãos de forma adequada e com frequência, higienize as mãos após tocar em superfícies em ambientes de grande circulação (exemplos: botão de elevador, corrimão, caixa eletrônico, maçaneta, transporte público…). Evite tocar o rosto, boca e olhos, lave as mãos antes e depois.
Período de Incubação: 1 a 14 dias, na maioria dos casos 3 a 5 dias.
Quadro clínico: Os principais sintomas (mais frequentes) são tosse seca e febre. Podem ocorrer: dor de garganta, dor de cabeça, dor no corpo, cansaço, coriza, náusea ou vômito, diarreia, anosmia (perda de olfato) entre outros, em menor frequência. O SARS – CoV-2 pode gerar pneumonia e levar a insuficiência respiratória.
Crianças: As crianças são menos frequentemente infectadas, apresentam em sua grande maioria quadros mais leves e menos prolongados. A maior parte delas pega por contato próximo com cuidadores e ou familiares infectados.
A população pediátrica corresponde a cerca de 1 a5 % dos casos de COVID no mundo, somente 1,5 a 6% delas necessitam de internação e a mortalidade em crianças é menor que 1%.
Diferente do que acreditávamos no início, as crianças menores de 10 anos têm um papel muito pequeno na propagação do SARS-COV-2.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda o uso de máscaras para crianças maiores de 2 anos, porém se uso é mais importante em crianças acima de 5 anos e principalmente para os maiores de 10 anos, que apresentam maior chance de transmissão do vírus.
Tratamento: Muitos medicamentos estão sendo testados e estudados, mas ainda não há um medicamento comprovadamente eficaz padronizado para o tratamento específico da COVID-19. O tratamento é de suporte.
Orientações: Ao apresentar sintomas está indicado o isolamento domiciliar, em cômodo separado, com utensílios separados. É permitido o uso de analgésicos como paracetamol e dipirona. Alimentação e hidratação adequadas são essenciais! A coleta do RT-PCR, swab de nasofaringe, é o melhor exame diagnóstico na fase aguda (mais sensível) e deve ser preferencialmente colhido ao redor do 3 a 5 dia de do início dos sintomas. A sorologia (exame de sangue) pode ser colhida a partir da segunda semana de doença, mas tem menor sensibilidade. Muitos pacientes com sintomas leves, com PCR positivo, apresentam posteriormente a pesquisa de anticorpos (sorologia) negativa. Não se sabe ainda quão duradoura é a imunidade humoral (gerada por anticorpos).
Procure atendimento médico em caso de: tosse, falta de ar, respiração rápida/ dificuldade para respirar, sonolência e prostração, febre alta ou persistente. Entre em contato com seu médico para maiores orientações e dúvidas.
Paula Traldi
Documentos sobre COVID, crianças e volta às aulas, indicados para leitura.
Referências:
- Dong Y et al.Pediatrics. 2020
- Kunling Shen et al. World Journal of Pediatrics. 2020
- WHO – World Healyh Organization
- SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria
- The New England Journal of Medicine